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A torre de pedra de
Santo Estêvão é quase só o que resta de uma série de
fortificações que no mesmo local se sucederam ao longo dos
tempos. O que existe actualmente é, porém, tipicamente
medieval.
É toda
granítica, tendo adquirido a cor castanha dos velhos castelos.
Não tem aspecto inóspito ou agreste, antes se aparentando muito
urbana e civilizada, com muitas aberturas para o exterior. Tem
quatro pisos, dos quais um térreo e outro no topo, descoberto. |
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O piso térreo tem uma porta para o lado
norte. O primeiro andar tem duas portas: uma delas com escadas de
acesso e varanda, era a porta principal da torre; a outra, que
provavelmente daria acesso a uma muralha ou caminho de ronda, dá
hoje para o vazio. Neste piso e no imediatamente superior, há
janelas em todas as paredes, deixando entrar alguma luz através das
paredes de grossura superior a um metro. No topo da torre, a cobrir
o segundo piso, há um telhado, em volta do qual há um caminho de
ronda, protegido por meriões e ameias, em bom estado de conservação.
O interior da torre é um pouco escuro, apesar das
janelas . Os soalhos dos pisos são de madeira, suportados por
traves grossas. De uns andares para os outros passa-se por escadas
também de madeira que, tal como os soalhos, são produto de recente
restauro. Para o terraço superior, sobe-se por uma escada móvel, a
introduzir num alçapão do telhado. As janelas são geminadas; o seu
sistema de fecho é original, constituído por uma tranca que
atravessa na coluna de pedra que separa as duas janelas. Por
último, refira-se a existência de uma grande lareira de pedra no
segundo andar.
Não longe da torre, está a igreja de Santo Estêvão, que
por ser mais recente que o castelo, não poderá dizer muito acerca
deste. É possível que tivesse sido construída por cima das ruínas de
outra capela, essa sim, pertencente ao castelo. Aliás, adjunta à
igreja, seguramente anterior a ela, está a torre sineira, feita para
um fim diferente do actual, que é albergar dois sinos de bronze,
sonoros e pesados, enclausurados numa deselegante protecção de
cimento. Apesar de ter sido restaurada e adulterada, interior e
exteriormente, não é difícil concluir que a torre foi construída com
fins militares: tem uma só porta, e pequena, as paredes têm mais de
um metro e meio de espessura e, por último, o cimo está rodeado de
meriões e ameias.
É provável que ambas as torres, a primeira residencial,
a segunda posto de defesa e combate, fizessem parte de um mesmo
conjunto de edificações, constituindo um aquartelamento militar.
Quanto à fortificação propriamente dita, pensa-se que foi
mandada construir por D. Sancho I. Todavia, tendo em conta as
características arquitectónicas da torre, típicas da arquitectura
militar do tempo de D. Dinis, supõe-se que o castelo foi depois
reformado e reconstruído no tempo deste rei, aliás, como muitos
outros. É monumento nacional desde 16 de Maio de 1939.
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