O castelo
medieval
À época da
Reconquista
cristã da
península Ibérica,
incorporada a região
aos domínios de
Portugal, a
toponímia Portus
de Auren ou
Portum Ourens
encontra-se
mencionada como
termo de
Leiria, na
Carta de Foral
passada a esta vila
em
1142. Essa
toponímia também
consta no documento
de doação do
Castelo de Cera
à
Ordem do Templo
(1159),
e num documento do
Bispo de Lisboa a D.
Afonso Henriques
sobre uma disputa
territorial com os
Templários (1167).
Acredita-se, desse
modo, que a
primitiva povoação
se localizasse num
dos vaus da
ribeira de Ourém,
provavelmente em
algum ponto entre as
atuais
Sabacheira e
Seiça.
A antiga
fortificação
muçulmana deverá ter
sido reconstruída
nos primeiros tempos
da monarquia, uma
vez que a primeira
referência a um
castelo de planta
triangular no alto
do monte remonta a
1178.
A povoação e seus
domínios foram
doados por
D. Afonso Henriques
(1112-1185) a sua
filha, D. Teresa, em
data anterior a
1180, visto que
neste ano a infanta
lhe outorgou Carta
de Foral. Em seu
testamento, em
1183, se
esclarece que o
local se denominava
anteriormente
Abdegas:
Aprouve-me fazer
testamento do
eclesiástico de
Auren, que antes se
chamava Abdegas.
O rei
D. Afonso II
(1211-1223)
confirmou o foral
dado pela infanta à
vila. Diante do
casamento de
D. Sancho II
(1223-1248) com D.
Mécia Lopes de Haro
(anteriormente a
1245),
preocupados com a
descendência
ilegítima que
poderia advir desta
união entre primos,
os partidários do
infante
D. Afonso,
encabeçados por
Raimundo Viegas
Portocarrero,
raptaram-na,
levando-a para o
Castelo de Ourém,
que resistiu ao
cerco das forças do
soberano (1246).
D. Mécia retirou-se
pouco depois para
Castela, tendo
se intitulado, até à
morte, rainha de
Portugal.
O rei
D. Dinis
(1279-1325) doou a
vila e o respectivo
castelo à sua
esposa, a
rainha Santa Isabel
(1282).
Diante do fraco
povoamento,
entretanto, esses
domínios reverteram
para a Coroa, sendo
doados, em
1299, a
Martim Lourenço da
Cerveira, com
obrigação de os
povoar.
Sob o reinado de
D. Pedro I
(1357-1367), o termo
da vila foi elevado
a condado, sendo 1°
conde de Ourém o
nobre D.
João Afonso Telo de
Menezes.
Quando da eclosão
da
crise de 1383-1385,
a povoação e seu
castelo, governados
pelo
conde de Barcelos,
D.
João Afonso Telo de
Menezes, irmão
da rainha viúva D.
Leonor Teles,
tomaram o partido
por D. Beatriz.
Foram conquistados
pelas forças do
Mestre de Avis,
no início do Verão
de
1384.
Data do
século XV a fase
de grande esplendor
da vila, sob a
direção de
D. Afonso, 4°
conde de Ourém,
que promoveu grandes
reformas no conjunto
do castelo medieval,
fazendo erguer ainda
o edifício dos Paços
e a Igreja da
Colegiada
Do terramoto de
1755 aos nossos dias
O conjunto
defensivo foi vítima
do
terramoto de 1755,
que lhe causou
danos.
Posteriormente, no
contexto da
Guerra Peninsular,
sofreu extensos
danos causados
quando da ocupação
da vila pelas tropas
napoleônicas sob
o comando do general
Massena (1810).
Classificado como
Monumento Nacional
por Decreto
publicado em
23 de Junho de
1910, o conjunto
foi posteriormente
restaurado pela
Fundação Casa de
Bragança.
A Vila Nova de
Ourém foi
elevada a cidade de
Ourém em
16 de Agosto de
1991.
Características
Castelo
de
Ourém,
Portugal:
aspecto
dos
torreões
O castelo
ergue-se no topo de
uma colina, na cota
de 330 metros acima
do
nível do mar.
Apresenta planta no
formato triangular
irregular, com
torres nos
vértices.
Ao centro da sua
praça de armas
abre-se uma
cisterna de
planta ogival,
alimentada por uma
fonte.
A torre Noroeste
é conhecida como
Torre de D. Mécia,
por ali ter sido
confinada aquela
infortunada esposa
de D. Sancho II.
No lado Norte do
castelo abre-se o
Terreiro de Santiago,
com uma estátua do
Condestável D.
Nuno Álvares Pereira
ao centro.
No conjunto
destacam-se ainda:
-
os Paços
do Conde,
que foram
utilizados como
residência
oficial do conde
D. Afonso.
-
Os torreões
de entrada,
erguidos por
volta de
1450. À
época, uma
passagem coberta
unia o Paço a
uma torre
cilíndrica, da
qual nos resta a
base, e daí se
fazia a ligação
ao castelo. O
Paço e os dois
torreões
apresentam
traços de
inspiração
veneziana, onde
se destacam as
cimalhas de
tijolos
salientes.
-
a Igreja
da Colegiada
onde se destaca
a
cripta.
-
a fonte em
estilo gótico.
-
o
Pelourinho
em
estilo barroco.