A Dinastia
Filipina: o projecto
de Casale
Essas obras,
entretanto, só
ganhariam impulso
durante a
Dinastia Filipina,
quando o rei
D. Filipe II
(1598-1621), por
volta do ano de
1600, determinou
reconstruir a
primeira fortaleza
de acordo com planta
do falecido
engenheiro militar e
arquitecto
Giovanni Vicenzo
Casale. Ainda em
construção, um
corsário
neerlandês
penetrou no porto de
Pederneiras e
apresou uma
embarcação
portuguesa com carga
de
madeira de
pinho e uma
nau de
Biscaia que
transportava
ferro,
vinho e
armas (1611).
A actual
estrutura: a reforma
bragantina
Necessitando de
reparos no início do
século XVII, à
época da Guerra de
Restauração da
independência
portuguesa a Coroa
determinou a sua
modernização e
ampliação (1644),
quando adquiriu a
sua actual
conformação.
A Guerra
Peninsular: ocupação
e resistência
Após as suas
peças de
artilharia terem
sido removidas para
a Praça-forte de
Cascais, a
partir de
1807 foi ocupado
pelas tropas
napoleônicas
durante a
Guerra Peninsular,
com um destacamento
de 50 soldados das
forças do general
Junot. Este
efetivo foi expulso
pela população local
no ano seguinte,
tendo se destacado
na ocasião um grupo
de seis estudantes
que, com a farda do
Batalhão
Académico de
Coimbra,
tentaram convencer
os invasores que
tinham recebido
reforços. Indo a
Cascais em um
batel, à procura
de armamento,
lograram repelir os
reforços inimigos
que, da
Praça-forte de
Peniche,
acorriam em socorro
da guarnição do
forte.
Posteriormente os
invasores franceses
retornaram à região,
matando os seus
habitantes e
incendiando casas e
embarcações nas
povoações da Nazaré,
de Pederneiras e do
Sítio, em
represália.
A partir de
1855 a sede do
Concelho foi
transferida de
Pederneiras para
Nazaré.
A actualidade
Embora atualmente
bem conservada e
aberta à visitação
pública, a estrutura
encontra-se ameaçada
de desabamento em
virtude do avançado
processo
erosivo que a
solapa pelo lado do
mar.
O
farol, nas suas
instalações,
continua
desempenhando
fielmente as funções
de auxílio à
navegação.
Características
Fortificação
marítima em
estilo maneirista,
apresenta planta
longitudinal
irregular orgânica,
adaptada ao
promontório
rochoso sobre o qual
assenta. Apresenta
um baluarte em cada
ângulo, com
guaritas nos
ângulos salientes.
As
muralhas
apresentam
contrafortes e
ameias,
abrigando oito
dependências que
atendiam as funções
de Quartel da Tropa,
Casa do Comando,
Paiol e Armazéns. No
segundo piso,
localiza-se a Praça
de Armas.
Encimando o
portão monumental,
sob um
lintel,
destaca-se uma
imagem em
baixo-relevo de São
Miguel Arcanjo,
patrono do forte, e
uma inscrição:
El-Rey Dom Joam o
Quarto – 1644.
No ano de
1901 ou de
1902, iniciou-se
um processo para a
expropriação do
forte, tendo em
seguida se procedido
à reconstrução
parcial de um
baluarte
danificado, para
nele instalar o
farol da Nazaré
(1903),
activo até hoje, com
um alcance luminoso
de 15
milhas,
completado por um
sinal sonoro de
aviso em dias de
nevoeiro
intenso.
Ligações
externas