CASTELO DE ALCÁCER DO SAL
A Mais Antiga Ocupação
A ocupação do cerro do castelo de
Alcácer do Sal remonta ao séc. VI a.C.. Eram povos com grande poder
económico, como comprova a cerâmica grega descoberta na necrópole do
olival do Senhor dos Mártires.
No séc. I a. C. a população de Salácia
Urbes Imperatoria, participa nas lutas entre César e Pompeu
tomando o partido por este último.
Foi município com direito latino e cunhou
as suas próprias moedas. Após a queda do Império Romano do Ocidente foi
cidade episcopal.
Na época islâmica, a partir do séc. VIII,
(Al-Kasr Abu Danis) continua a ser um importante centro urbano e militar:
"Cidade do Andaluz a quatro
jornadas de Silves. É uma bela cidade de grandeza média, situada nas
margens de um grande rio que os barcos sobem. Todos os terrenos próximos
estão cobertos de bosques de pinheiros, graças aos quais se constroiem
muitos navios. O território desta cidade é fértil e produz em
abundância lacticínios, mel e carne. A distância que separa Alcácer do
mar é de vinte milhas."
Ebne Almunime Alhimiari,
séc. XI/XII.
O castelo muçulmano de Alcácer do
Sal, está na continuidade das edificações da Idade do Ferro e
romanas.
No ano 966, dizem as crónicas, uma
armada Viking terá tentado atacar Alcácer do Sal, mas foi
dissuadida devido à poderosa defesa que o castelo oferecia.
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Entre 1151 e 1157, D. Afonso Henriques fez
inúmeras tentativas para tomar o castelo. Conseguiu-o com o auxílio dos
cavaleiros da Ordem de Sant'Iago. Em 1186, D. Sancho I doou o castelo à
Ordem, mas a sua posse só foi possível até 1191, data em que é
conquistado pelo exército almoada.
Em 1217, no tempo de Afonso II, o castelo
foi definitivamente conquistado para a coroa portuguesa.
No reinado de D. Dinis, terão
possivelmente sido executados melhoramentos, dos quais não se conhecem
vestígios.
A partir do séc. XV, o castelo perde a sua
vocação militar, facto que não impede que os reis D. João II e D.
Manuel I o frequentem com assiduidade. Foi, aliás, no castelo de Alcácer
do Sal que este último monarca casou em 1500 com a infanta D. Maria,
filha dos Reis Católicos.
Ainda no séc. XVI é fundado o Convento
Carmelita de Aracelli que ocupará o castelo até 1834.
O actual castelo assenta seguramente, sobre
a cidade da Idade do Ferro, romana e muçulmana.
As muralhas e as torres em taipa, ainda
hoje bem visíveis, remontam possivelmente ao séc. XII ou a período
anterior, havendo notícia da existência de uma barbacã e de um fosso de
que não restam vestígios. Bem visível é a Torre Albarrã junto ao pano
de muralha voltado a sul, bem como uma torre adossada à mesma muralha,
convertida em torre sineira. Dentro do perímetro amuralhado pode ainda
ver-se as ruínas do convento de Aracelli, a igreja de Santa Maria do
Castelo (romano-gótica, séc. XIII), vestígios da malha urbana de
diferentes épocas e estruturas de habitação da Idade do Ferro, Romanas
e Árabes (postas a descoberto no decurso de escavações arqueológicas).
PRINCIPAIS TOPÓNIMOS DE ORIGEM ÁRABE
Não tendo chegado até nós vestígios
abundantes dos quatrocentos anos de presença islâmica na região,
encontramos apesar de tudo topónimos que nos remetem para esse passado.
ALMADA do árabe Al-Ma'din,
significa a mina, ao que parece relacionado com a riqueza aurífera das
minas da Adiça.
ALCOCHETE deriva da expressão
árabe que significa o forno, aludindo à riqueza energética derivada da
combustão das madeiras abundantes nos pinhais da margem sul do Tejo.
AZEITÃO deriva da expressão
árabe que significa azeitona, remetendo para uma intensa actividade
agrícola existente na encosta norte da serra da Arrábida.
ARRÁBIDA deriva da expressão
árabe que significa lugar de oração a que a paisagem da serra sempre
apelou.
ALCÁCER deriva da expressão
árabe Al-Kasr que significa castelo ou palácio fazendo alusão ao
importante centro político que esta vila foi desde a época romana.
CACÉM (Santiago do) terá origem
no nome do governador muçulmano Kassen que segundo a lenda terá
comandado esta praça no período da reconquista cristã.
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No lugar que ocupa o seu castelo assentaram antes
povoações da Idade
do Ferro, vilas romanas e defesas muçulmanas,sendo que o castelo de
Alcácer do Sal é hoje considerado uma das mais relevantes
fortificações de arquitectura muçulmana existentes em Portugal.Dizem
as crónicas mais antigas que corria o
ano de 966 quando uma armada viking terá tentado atacar Alcácer do
Sal, mas a investida acabou por malograr devido à poderosa defesa que
o castelo oferecia. Também D. Afonso Henriques, entre 1151 e 1157, viu
fracassar as suas inumeras tentativas de tomar o castelo aos
mouros,tarefa concretizada anos mais tarde, com o auxílio dos
cavaleiros da Ordem de Santiago, mas de efémera glória. Nova investida
muçulmana é só em 1217, no reinado de D. Afonso II, é que o
castelo volta definitivamente para a posse da coroa portuguesa,
conquistando-se assim uma fortificação estratégica para a defesa da
cidade de Lisboa. Em 1500, o castelo de Alcácer do Sal foi o lugar
escolhido pelo Rei D. Manuel I para ca-
sar com a infanta D. Maria.As suas muralhas de pedra e torres em taipa
(técnica antiga de construção que utilizava terra argilosa), ainda
hoje visíveis, remontam, possivelmente, ao sérulo XII. Além das raras
torres em taipa, enrre as suas torres encontra-se a Torre da Adaga,
trabalho este de cantaria, assim denominada por ter no meio esta arma
esculpida numa pedra,e uma torre avançada, muito semelhante à torre
Albarran no Castelo de Badajoz.
Segundo referem os registos, o castelo tinha duas portas, uma a Norte,
chamada Porta Nova,e outra voltada para Nascente, chamada Porta de
Ferro. No seu interior, conseguimos ver as ruínas do Convento
Carmelita de Aracelli, fundado ano
século XVI e que permaneceria no castelo até 1834.
São ainda visíveis vestígios da malha urbana e de estruturas de
habitação de diferentes épocas, postas a descoberro no decurso de
escavações ar-
queológicas. Estas escavações revelaram diferentes níveis
arqueológicos, tendo sido recolhidos várias peças que abarcam uma
cronologia que vai
desde a Idade de Ferro até a Idade Média, entreMuseu Arqueológico que
está a ser construido no local. No interior do Castelo está instalada
a Pousada D. Monso II, pertencente à rede das Pousada de Portugal da
Enatur. Junto às suas muralhas
situa-se a Igreja romano-gótica de Santa Maria do Castelo, fundada
pela Ordem de Santiago noséculo XIII, após a reconquista cristã de
Alcácer
do Sal.Pelo morro do castelo abaixo, em direcção ao
Sado, aconselha-se um passeio pelas ruas desta viIa de velhos bairtos
medievais, onde se poderá visitar a clássica Igreja do Convento de
Santo António, a Igreja da Misericórdia, ou ainda a belissima Capela
daS Onze Mil Virgens. Destaque
ainda pata o Fórum Romano, um núcleo arqueológico descoberto em 1983,
que revelou, além de uma grande muralha, inúmeros vestígios como pe-
daços de estátuas e inscrições.[como lá chegar] Seguindo pela
auto-estrada do Sul A2 ou pela EN 5 até á próxima saída de Alcácer do
Sal. |
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