SOURE
Existem na zona vários vestígios
arqueológicos que atestam a ocupação na época
luso-romana. O que resta do castelo é testemunho
mudo de antigas glórias e misérias, de renhidos
combates com os sarracenos, que algumas vezes o
arrasaram
Soure recebeu foral em 1111,
por se encontrar despovoada e destruída, e foi
alvo da atenção de D.Teresa, que a reconstruiu e
mandou repovoar. Doada aos Templários por
D.Afonso Henriques, pertenceu desde 1319 à Ordem
de Cristo e teve foral de D.Manuel I em 1513
Descrição
:
Planta
em quadrilátero alongado *3, no sentido S.- N.,
apresentando apenas os panos de muralha e torre
NE, talvez de menagem, com janela a pleno centro
no segundo registo. Acede-se ao terreiro central
do castelo por um arco a pleno centro rasgado
junto da torre N, abrindo-se-se nesse pano de
muralha quatro frestas no primeiro registo e
quatro frestas no segundo, tendo sido alargadas
as duas junto à torre S. resultando janelas de
recorte quadrangular. A torre S. apresenta a N.,
duas janelas com arcos a pleno centro e a S.
duas frestas e uma janela com arco a pleno
centro entaipada, ao lado de janela de recorte
quadrado. Merlões apenas a N.. Silharia lançada
à fiada irregular apresenta mistura de
elementos, onde muitas pedras são reutilizações
inseridas na construção de modo apressado e não
sistemático
Cronologia : 1064 -
arrasado pelos Mouros quando do cerco de D.
Femando Magno a Coimbra; 1123 - mandado
reedificar por D. Teresa que o doa juntamente
com Santa Eulália e Quiaios ao Conde Femando
Peres de Trava; 1128, 19 Março - D. Teresa
concede, à Ordem do Templo o Castelo e todas as
terras entre Coimbra e Leiria, constituindo
assim a sede dos Cavaleiros do Templo,
anteriormente em Fonte da Arcada, Minho; 1319,
14 de Março - passa à Ordem de Cristo, através
da Bula papal, constituindo-se de imediato como
cabeça de importante comenda; na torre S. podem
apontar-se obras dos séc. 15 e 16, em particular
no segundo registo; 1834 - 1865 - até esta data
pertence à Ordem de Cristo; duas torres são
vendidas por João Ramos Faria ao Conde de
Verride, João Lobo Santiago Gouveia; 1880 -
moradores dinamitam a torre SO. que ameaçava
ruír; 1940 - Santiago Presado oferece o Castelo
à Câmara Municipal de Soure que não legaliza a
oferta; 1973 - encontrando-se à venda em hasta
pública pelo valor matricial de 60.480$00, foi
retirado
Caracteristicas
Particulares :
Exemplar único da arquitectura Proto-Românica
possuindo um importante ajimez reutilizado como
lintel na porta da torre e datado do séc.9
(Carlos Alberto Ferreira de ALMEIDA, 1986/43) ou
talvez do séc. 11 (Mário Jorge Barroca,
1990/122-123). De realçar algumas estruturas da
época condal, denotando influências moçarabes,
de que constitui exemplo uma das janelas
geminadas, em arcos ultrapassados com coluneio
decorado de modo ainda fruste.
http://student.dei.uc.pt/~nrsimoes/soure.html |