O castelo medieval
Embora a data precisa de
construção do castelo seja
desconhecida, os estudiosos
admitem que terá ocorrido
juntamente com outros, à época
da Reconquista, no século XII,
durante o reinado de D. Afonso
Henriques (1112-1185), num
período entre 1159, data do
Foral da Redinha
- que
compreende cláusula de pagar-se
o aforamento como o de terras de
Pombal (per
forum
terrae
palumbarii)
-, e 1171 (era
de 1209), conforme
inscrição epigráfica dessa data
em
Almourol, que refere a
construção de uma série de
castelos, entre os quais o de
Pombal, por
Gualdim Pais, então
Mestre da Ordem do Templo em
Portugal.
Efetivamente o Castelo de
Pombal obedece às mesmas linhas
arquitetônicas
características dos templários,
presentes não só no de
Almourol,
mas ainda nos de
Idanha, Monsanto, Tomar e
Zêzere, seus contemporâneos. A
função deste conjunto era a de
prover a defesa e o povoamento
destas terras, ao sul do rio
Mondego, confiadas à Ordem. O
próprio
Gualdim Pais outorgou
Carta de Foral a Pombal, em
1174, povoação que se
desenvolveu na encosta sul do
morro do castelo, onde se
encontravam o portão principal e
as igrejas de Santa Maria do
Castelo e de São Pedro, esta
última hoje demolida.
Embora historicamente não tenha
estado
diretamente envolvido em
campanhas maiores, terá estado
em alerta quando da
contra-ofensiva muçulmana que,
em 1171, atacou Santarém e,
atravessando a região do Alto
Alentejo, assolou Coruche e
Abrantes (1179), a de 1184, que
de novo teve como alvo Santarém,
e a de 1190, que atacou Tomar e
arrasou Leiria.
Sob o reinado de D. Dinis
(1279-1325), diante da extinção
da Ordem do Templo pelo Papa
(1311-1312), o soberano procedeu
a transferência do
patrimônio
da Ordem no país para a Ordem de
Cristo (1317). Pombal e seu
castelo foram o palco das pazes
entre o soberano e seu filho D.
Afonso, celebradas na
Igreja de São Martinho
(1323).
No
contexto da crise de 1383-1385,
Pombal e seu castelo mantiveram
o partido do Mestre de Avis.
Quando da invasão de 1385, as
tropas de Castela deslocaram-se
de Coimbra a Soure, acamparam em
Pombal no dia 10 de Agosto, a
caminho de Lisboa, optando pelo
caminho de Leiria, no qual viria
a se ferir a batalha de
Aljubarrota.
Sob o reinado de D. João I
(1385-1433), no início do século
XV a
alcaidaria-mor da vila e
seu castelo foi doada pelo
soberano ao conde de Castelo
Melhor, em cuja família se
conservou até 1834.
Tendo D. Manuel I (1495-1521)
visitado a vila e seu castelo
(1509), determinou-lhe a
reconstrução da antiga torre
medieval. Posteriormente,
passando o
Foral Novo à vila (1
de Junho de 1512), outras
melhorias devem ter tido lugar,
das quais é
testemunho
o brasão de armas manuelino
inscrito sobre o portão
principal.
Do século XVII aos nossos dias
No
século XVII, o conde de Castelo
Melhor reformou o antigo
castelo, adaptando-o a
residência senhorial.
No
início do século XIX, à época da
Guerra Peninsular, foi vítima do
saque e do incêndio da povoação,
inflingido
pelas tropas de Napoleão, sob o
comando do general André
Massena, que regressavam,
derrotadas, das Linhas de Torres
(1811). Na ocasião, perderam-se
os originais dos forais
concedidos à vila, consumidos
com o edifício dos
Paços do Concelho.
Abandonado posteriormente,
conheceu a ruína, que o recobriu
de extenso matagal.
No
século XX, foi classificado como
Monumento Nacional, por Decreto
publicado em 23 de Junho de
1910. A intervenção do poder
público só se fez sentir,
entretanto, na década de 1940,
quando
foram-lhe promovidas
obras de consolidação e restauro
parcial, a cargo da
Direcção-Geral dos Edifícios e
Monumentos Nacionais (DGEMN).
Novas campanhas de intervenção e
restauro tiveram lugar em 1975 e
entre 2000 e 2001, voltadas para
a recuperação e valorização da
torre de menagem.
Atualmente,
cogita-se em revitalizar esse
patrimônio.
Características
O
castelo apresenta planta
escudiforme,
semelhante à alcáçova do Castelo
de Tomar, com uma área
construída de cerca de 300
m².
As suas muralhas ameadas e
percorridas por adarve,
eram reforçadas originalmente
por dez
cubelos quadrangulares,
protegidas por
barbacã, da qual restam
vestígios junto às duas portas,
e por uma cintura exterior de
muralhas.
Na
praça de armas destaca-se,
descentrada a Sul, a torre de
menagem, com planta
quadrangular, apoiada em uma
base
tronco-cónica e em dois
gigantes
adossados em cunha.
Ainda no interior da praça de
armas, identificam-se os
vestígios da primitiva igreja
românica de São Miguel.
A
oeste do conjunto, ergue-se a
alcáçova manuelina,
destacando-se os brasões de
armas reais e uma janela
geminada.
Fora dos muros, pelo lado sul,
situam-se as ruínas da antiga
matriz de Pombal, a
Igreja de Santa Maria do Castelo.
Ligações externas