Castelo do Germanelo
O castelo
medieval
D. Afonso
Henriques
(1112-1185)
criou o concelho
de Germanelo e
deu-lhe Carta de
Foral em 1142,
na qual
determinava que,
além de serem
livres de
impostos,
concedia paz,
perdão e isenção
de justiça a
todos quantos
tivessem
cometido crimes
de homicídio, de
furto, ou de
qualquer outro
tipo de
perturbação
pública, sob a
condição de se
refugiarem nas
terras do
Germanelo, de as
cultivarem e de
as defenderem
dos ataques dos
inimigos. Datará
deste período a
construção ou
reconstrução do
castelo,
implantado para
servir de posto
avançado da
segurança no
trajecto
Ansião-Condeixa,
através do vale
do Rabaçal.
Com o avanço
das fronteiras
para o Sul, o
castelo perdeu a
sua função
estratégica,
vindo a ser
abandonado.
Do século XX aos
nossos dias
As atuais
muralhas,
ameadas, foram
parcialmente
reconstruídas no
troço Norte,
séculos mais
tarde, seguindo
o traçado
original, pelo
seu
proprietário, o
historiador de
Penela,
Professor
Salvador Dias
Arnaut
(1913-1975). Com
o seu
falecimento os
direitos sobre o
imóvel foram
herdados por seu
filho, Salvador
Jorge Arnaut ,
que, no ano de
2000, colocou-o
à venda por 25
mil contos, para
fins
habitacionais ou
turísticos. A
mobilização
popular
resultante,
levou a que a
Câmara
Municipal, à
época,
solicitasse ao
Instituto
Português do
Património
Arquitectónico (IPPAR)
a classificação
do mesmo como
imóvel de valor
Concelhio,
visando
preservar o seu
interesse
cultural,
evitando assim a
especulação
imobiliária.
Encontrava-se,
assim, Em Vias
de
Classificação.
Em seus muros
implanta-se um
marco geodésico
Mandado edificar em
1139 por D. Afonso Henriques
(1109-1185), o castelo não
apenas integrou o sistema
defensivo da linha do Mondego,
como garantiu a segurança dos
trabalhadores cristãos
relativamente às sucessivas
incursões sarracenas. Além de
servir o povoamento cristão da
zona, a sua presença conferia
apoio militar às terras
entretanto reconquistadas, ao
mesmo tempo que à expansão do
território para Sul,
particularmente importante
quando "O castelo reflecte uma
nova concepção de guerra, onde o
controle de um território
passava pelo controle das suas
estruturas militares." (Idem,
Ibidem, p. 91).
Erguido no topo de uma escarpa,
com boas condições naturais de
defesa e excelente domínio
visual sobre a paisagem
circundante, dominada por vales
acentuados, o castelo desenha um
triângulo irregular de vértices
arredondados.
Perdendo relevância estratégica
após a conquista de Santarém, em
1147, o castelo entrou em
decadência, até que, já no
século XX, as ruínas foram
adquiridas por Salvador Dias
Arnaut, professor da Faculdade
de Letras da Universidade de
Coimbra. Mandou, então,
reconstruir a linha de muralha
voltada a Norte (dotada de
dezassete ameias), baseando-se,
para o efeito, em fontes
manuscritas e estudos geológicos
e arqueológico, tendo o cuidado
de utilizar material pétreo de
origem, num exemplo de como as
Cartas internacionais de
conservação e restauro de
património edificado obtinham
algum impacte no meio académico
nacional. As escavações
arqueológicas entretanto
conduzidas no local permitiram
localizar as antigas portas,
assim como a cisterna e
fundações residenciais
localizadas no perímetro
interior (Cf. ARNAUT, S.
D., 1982).
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