O Forte de Santa
Catarina, localizado no Largo do Quebra-Mar (Avenida de Espanha) é
um imóvel de interesse público ( Dec. nº 44075, DG 281 de 05
Dezembro 1961).
Erguido no cume
de um pequeno outeiro a Norte da foz do rio Mondego, esta
construção militar é o cartão de visita para quem chega à cidade
da Figueira da Foz.
Dada a sua
natureza e situação e atendendo ao valor militar da posição, é bem
provável que no local tivesse existido um castro lusitano,
abrigando a pequena póvoa marítima.
Ignora-se a sua
história relativamente às épocas anteriores à constituição da
nacionalidade, avançando com a hipótese de que a fortaleza
lusitana, sucessivamente restaurada, tivesse resistido à dominação
romana e aos tempos posteriores, desempenhando assim o papel de
defesa e de atalaia.
É a única
fortificação da enseada de Buarcos que conserva um núcleo fechado.
Desdobrava-se em
duas importantes missões: por um lado, defendia a entrada do
Mondego, por outro, fazia parte, com o Fortim de Palheiros e o
Forte de S. Pedro de Buarcos, da linha defensiva da enseada.
Vetusta relíquia
militar, sistema abaluartado, com o cunho inconfundível de traça
Vauban, foi mandado concluir por D. João IV para defesa da barra.
De planta
triangular, apresenta no ângulo norte um meio baluarte, tendo em
cada um dos outros um baluarte cortado no vértice das faces em
forma de cauda de andorinha.
Esta fortificação
foi desaconselhada por grande parte dos tratadistas, na medida em
que originava um ângulo demasiado agudo nas faces do baluarte.
Contudo, as limitações do terreno assim o obrigaram.
Em 1602, as vilas
da Figueira da Foz e de Buarcos foram atacadas por piratas
ingleses, que muito danificaram as estruturas das fortalezas. Foi
nessa altura que o forte foi remodelado, tendo-lhe sido atribuída
a forma abaluartada que ainda hoje possui.
Ainda durante o
século XVII, mais precisamente em 1640, o forte de Santa Catarina
foi alvo de um novo restauro, por ordem de D. João IV, tendo sido
construída a grande bateria, que incluía 15 peças de artilharia, a
fim de defender a barra do Mondego de eventuais ataques.
Após actuação
brilhante contra a pirataria que atacava esta costa marítima de
fácil desembarque, foi o Forte de Santa Catarina palco, em 27 de
Junho de 1808, de uma acção patriótica, decisiva talvez para o
malogro da arremetida de Junot, durante a primeira invasão
napoleónica.
Dentro deste
forte existe ainda uma capela conhecida por capela de Santa
Catarina, com uma esbelta imagem da padroeira, do
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