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Sortelha é essencialmente uma aldeia medieval: as pesquisas
arqueológicas realizadas durante os trabalhos no âmbito do
Programa das Aldeias Históricas vieram pôr a descoberto inúmeras
sepulturas antropomórficas localizadas, sobretudo, em volta da
igreja Matriz.
A construção das muralhas da povoação é, por tradição
historiográfica, atribuída de D. Sancho I. Estas erguem-se em
forma circular, fazendo corpo com enormes penedos.
No termo do antigo concelho de Sortelha conhecem-se vestígios da
presença romana, como demonstra a Viam Veterum, desde a Porta
Poente até ao chafariz da Azenha.
No Brasão de Armas da antiga vila desenha-se um castelo e um
anel. Deste último símbolo afigura-se ter nascido a toponímia de
Sortelha. Sortija, Sortilia ou Sorteia são designações
castelhanas para um jogo antigo de cavaleiros que consistia em
enfiar a ponta de uma lança num anel de pedrarias que teria um
elevado valor simbólico.
Correspondendo à necessidade de defesa da linha de fronteira,
então definida pelo rio Côa, D. Sancho II terá mandado fazer a
primeira reedificação do castelo, concedendo foral à vila em
1228, que renova em 1238. Tendo como objectivos proteger o
núcleo familiar e fomentar o interesse pela propriedade rústica,
aquele foral iria atrair populações minhotas, da região de
Valença.
Em 1297, com assinatura do tratado de Alcanizes, a fronteira
avançou para nascente. O castelo perdeu então gradualmente a sua
importância militar, embora tenha recebido obras de beneficiação
nos reinados de D. Dinis - que em 1296 confirmou o foral
anterior - e de D. Fernando, bem como no reinado de D. Manuel I,
em que é concedido Foral Novo, em 1510, altura da implantação do
actual Pelourinho.
Em 1640 o castelo foi, de novo, requalificado, devido à Guerra
da Restauração.
Data de 1853 a primeira escola primária.
Em 1855 Sortelha deixou de ser sede de concelho, tendo cedido
poderes ao concelho do Sabugal. Ficou então como sede de
freguesia, dependente da Comarca e Bispado da Guarda (até então
permanecera ao Bispado de Castelo Branco). |
Reabilitação física do conjunto
edificado, reforçando a dimensão museológica de Sortelha, factor
de atracção turística e cultural.
Reabilitação e revitalização do tecido sócio-económico de modo a
favorecer a fixação da população, através do incremento da
oferta turística e da actividades ligadas às artes e ofícios
tradicionais, nomeadamente tapeçaria, escultura e cestaria que,
nos últimos anos, têm conhecido um incremento por vontade e
determinação dos residentes na povoação. |
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