Penha
Garcia terá sido, em tempos remotos, um povoado neolítico,
substituído posteriormente por um castro lusitano e depois
povoação romana, ao que parece, de certa relevância. No séc. IX,
com a instauração do domínio Árabe na Península, toda a
civilização romano-visigótica obscureceu. Foi tomada aos
“mouros” por D. Afonso II em 1220, tendo sido doada aos
cavaleiros da Ordem de Santiago com a condição de reconstruírem
o castelo e a cerca amuralhada e providenciarem a sua defesa e
repovoamento. D. Afonso III deu-lhe foral, no ano de 1256, em
Proença-a-Velha, com os usos e costumes da vila de Penamacor. D.
Dinis doou Penha Garcia, no ano de 1300, à Ordem do Templo.
Depois desta ser extinta passou para a Ordem de Cristo onde
permaneceu. Foi couto do reino e de homiziados até ao séc.
XVIII. A vila terá perdido a sua autonomia municipal e
importância para Idanha-a-Nova em 1836, na mesma época em que o
fizeram outros povoados, como Idanha-a-Velha e Monsanto, que
agora integram o seu concelho.
A
história milenar de Penha Garcia, acima resumida, foi fortemente
condicionada pela posição estratégica ocupada, no alto das
fragas da Serra do Ramiro, dominando os vastos planos que
caracterizam a fértil Cova da Beira e a campina raiana,
tendo-lhe sido conferido durante séculos o estatuto de praça de
guerra. O ouro deverá ter sido a outra razão pela qual as
comunidades humanas aqui se fixaram e permaneceram por largos
séculos. Assim, a evolução de Penha Garcia como espaço
humanizado confunde-se com o substrato alcantilado sobre o qual
assenta. O próprio nome do povoado que chegou aos nossos dias,
bem como a toponímia de algumas ruas (e.g., Rua do Penedo ou Rua
do Mirante) salientam a omnipresença dos cumes fragosos. Mas
estas rochas, de natureza sedimentar, têm para revelar uma
história bem mais antiga do que aquela que as ruínas ou os
documentos possam contar.
Trata-se
de uma povoação muito antiga, com povoamento neolítico, foi
castro Lusitano e povoação Romana. Depois da Reconquista, D.
Afonso III atribui-lhe foral e doa Penha Garcia à Ordem de
Santiago para que esta efectuasse a fortificação da zona. Tal
não veio a acontecer e D. Dinis retira-se dessa ordem a favor da
Ordem do Templo e posteriormente, para a Ordem de Cristo. Foi
couto do reino e de homiziados, até ao séc. XVIII e sede de
concelho até 6 de Novembro de 1836.
Do castelo, edificado pelos Templários sobre o castro romano,
restam fragmentos de muralhas em bom estado de conservação. A
partir daqui, desfruta-se de uma vista sobre toda a campina
Raiana, barragem e Vale Feitoso, que de certo jamais esquecerá.
As ruas labirínticas compostas por pequenas casas de xisto e de
gorrão estão cobertas de flores.
O Pelourinho do reinado de D. Sebastião, o canhão que jaz à
soleira da porta, a Igreja Matriz que guarda no seu interior uma
verdadeira jóia - a imagem de Nossa Senhora do Leite (de 1469)
esculpida em calcário de ançã, o esplêndido pão caseiro e os
bolos de azeite (bicas), são outros dos atractivos desta bonita
freguesia.
As fragas da Serra de Penha Garcia são um verdadeiro oásis para
os paleontologistas, geólogos e apaixonados da natureza pois,
facilmente encontramos inúmeros fósseis marinhos. A água da
barragem de Penha Garcia é de excelente qualidade e é uma das
que abastece todo o concelho.