São
muito antigos os vestígios da ocupação humana na área e termo da
freguesia de Freixo de Numão. Investigações arqueológicas que se
têm levado a efeito desde 1980, têm posto à luz do dia vestígios
milenares. No Castelo Velho, (localizado na estrada de
Santo Amaro, por cima das
Ameixoeiras e Vale da Rata), escavações têm permitido um estudo
aprofundado da ocupação, fauna e flora da região. Há cerca de
cinco mil anos um grupo de pessoas ali construiu um castelo, com
duas linhas de muralhas e uma torre central. Pode-se falar de um
povoado fortificado do Calcolítico (Idade do Cobre), onde
estariam alojadas cerca de 40 pessoas! Depois de um provável
abandono, em data não determinada, volta a ser ocupado no 2º.
milénio antes de Cristo, em plena Idade do Bronze. As cerâmicas
decoradas com cordões e mamilos, características destes povos,
são abundantes neste nível de ocupação. As casas seriam de
madeira revestida com barro e cobertura de colmo, localizadas
encostadas às muralhas, até para abrigo dos ventos fortes que
ali se fazem sentir todo o ano.
A investigadora Professora Drª.
Suzana Oliveira Jorge tem uma vasta equipa a trabalhar nos
diversos domínios da investigação, prevendo-se a apresentação de
conclusões bastante detalhadas sobre o lugar.
Do mesmo período serão as ocupações
no Monte de Santa Eufêmia, que funcionaria como Atalaia no
Calcolítico e no Bronze; os abrigos pré-históricos do Vale
Ferreiro, o Alto dos Barreiros, (por cima da Capela de Nossa
Senhora da Carvalha).
Desconhece-se, até ao momento, o
início da ocupação na área que hoje constitui (1 núcleo urbano
que se chama freguesia de Freixo de Numão. No entanto, possuímos
já materiais e datações de carvões pelo método do Carbono 14 que
apontam para uma grande ocupação durante a Idade do ferro (1º.
milénio antes de Cristo).
Materiais do Ferro têm sido
provenientes da zona da Casa Grande e da zona do Castelo. Outros
estudos estão previstos dentro da área urbana de Freixo de
Nurnão, com o fim de obter novas datações.
Os soldados de Roma devem ter
chegado e facilmente dominado os povos autóctones. A freguesia
de Freixo de Numão, em toda a denominada área antiga, que é
delimitada pela Casa Grande e Devesa, Paçal, Carrascal, Castelo,
Açougue, Lages e mesmo Cabo Lugar, possui vestígios de uma
provável Civitas Romana, uma provável Fraxinum
ignorada pelos investigadores, adormecida pelos ventos da
história.
Escavações arqueológicas nas zonas
da Casa Grande, Adro da Igreja, Largo de S. João, bem como o
acompanhamento da rede de esgotos da freguesia, permitiram-nos
delimitar a zona de interesse arqueológico.
A Igreja Matriz deve ter sido, entre
os séculos I e V depois de Cristo, um templo Romano. Uma ara
votiva, muita pedra de aparelho e um cipo funerário em mármore,
recolhidos na própria Igreja ou área envolvente, certificam-nos
tal.
São às dezenas os lugares com
vestígios da ocupação Romana no termo da freguesia de Freixo de
Numão, uns simples Casais (casas de campo) outros importantes
villas onde a actividade agrícola e mineira sobressaem.
Lagaretas e lagares já inventariados certificam-nos a
importância do vinho nos primeiros séculos da nossa era, nesta
região. Escavações arqueológicas no Zimbro II, Salgueiro
(oficina de canteiro ligada a exploração do granito branco),
Rumansil, Colodreira e Prazo, tem permitido reconstruir um pouco
do Rural Romano nas terras quentes do Douro.
Desconhece-se qualquer vestígio de
ocupação dos denominados povos bárbaros (Suevos, Visigodos,
Árabes). Se não nos restam materiais, muito menos a toponímia e,
dai, uma provável não dominação destas terras por esses povos.
No século XII, em plena Reconquista,
Numão e o seu Castelo ganharam
proeminência a daí a subjugação de uma grande área do actual
concelho de Vila Nova de Foz Côa ao Senhor de Numão. No entanto,
entre os séculos XIII a XIV vai
Numão perdendo o domínio sobre
algumas terras, o que veio a acontecer com
Horta,
Touça a Freixo de Numão (por
vezes citada apenas como S. Pedro de Freixo). Estas terras
vieram a ser autónomas, com jurisdição própria.
Primeiro o município de
Numão renunciou, a favor da
Coroa, o padroado da Igreja de S. Pedro de Fraxino. Este
acto foi sancionado pelo bispo de Lamego, D. Vasco, em 5 de
Janeiro de 1302.
Posteriormente, em 12 de Março de
1372, Freixo de Numão obtém a categoria de vila.
D. Fernando, na carta de
outorgamento, declara que a rogo de Fernando Afonso de Zamora,
Senhor de Valença, a quem doara o lugar, e «querendo fazer graça
e mercê aos moradores e vizinhos de Freixo de Numão» houve por
bem fazer «de vila que era termo da dita vila de Numão», com
jurisdição própria, como qualquer vila ou castelo não sujeitos a
outro lugar.
Dos acontecimentos ocorridos ao
longo do século XVI, destacam-se a construção de uma capela
dedicada ao Divino Espirito Santo, culto que supomos ser raro na
região, e a anexação da Igreja à Universidade de Coimbra,
através de uma Bula datada do 14 do Março de 1583. Assim, as
rendas da Igreja freixiense e das suas anexas passaram a
reverter para os cofres universitários.
Nos princípios do século XVI era já
Freixo de Numão a terra mais populosa da região, para isso tendo
contribuído, certamente, uma grande fixação de famílias judaicas
vindas da Espanha recém-unificada pela acção dos Reis Católicos
(Fernando e Isabel). Esse crescimento populacional veio permitir
uma reanimação que apenas havia tido paralelo durante o período
de ocupação romana (como demonstram os materiais exumados em
escavações já realizadas).
Os detentores dos cargos públicos e
políticos da época foram, aos poucos, trocando a agressividade
do morro de
Numão pelo planalto de Freixo
de Numão. Pelo menos em 1601 tinha já esta localidade Tribunal
(conforme o demonstra a inscrição que ainda ali se encontra), se
bem que a transferência do Juiz de Fora de Numão para Freixo se
venha a verificar apenas na segunda metade do século XVII.
Entre os Séculos XVII e XVIII
encheu-se Freixo de belas casas apalaçadas, construíram-se
Capelas, reconstruiu-se a Igreja e a Ermida de Nossa Senhora da
Carvalha, a casa da Câmara (nova) e o Pelourinho, entre outras
iniciativas como construção de fontes, caminhos e pontões.
Em 1836, pela reforma liberal, vê
acrescentada a área do concelho com a extinção pura e simples
dos concelhos de
Cedovim,
Sebadelhe e
Touça. O concelho de
Horta já havia sido anexado em
22 de Junho de 1682.
Ate 1853 é concelho com 11
freguesias. Por decreto de 31 de Dezembro desse ano, é extinto o
concelho de Freixo de Numão e integrado, com todas as suas
freguesias, no concelho do
Vila Nova de Foz Côa .
...era o CANTO DO CISNE!
Foi decaindo e apenas estrebuchando
com iniciativas dos Maçónicos e Republicanos locais, casos da
Família Castro Mesquita e Meneses, e Família Vasconcelos.
Durante o Estado Novo vê criarem-se alguns serviços como Posto
Médico, Casa do Povo, Posto da Guarda Nacional Republicana,
Delegação da Casa do Douro, Adega Cooperativa, construção do
edifício da Escola Primária, cobertura do ribeiro da Devesa,
ligação das águas da Carvalha, ligação com a estação de Freixo,
energia eléctrica, entre outros benefícios.
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