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COVILHÃ NA IDADE MÉDIA
A Covilhã tornou-se, desde
a Antiguidade, num ponto de cruzamento de estradas e caminhos.
Foi conquistada e reconquistada várias vezes, chegando os mouros
a destruí-la quase por completo.
Estes acontecimentos
levaram a que as gentes da Covilhã criassem o seu próprio
município, segundo Alexandre Herculano, para se poderem
organizar e defender.
A Carta de Foral à Covilhã,
concedida por D. Sancho I, em Setembro de 1186, vem confirmar a
sua importância como posto fronteiriço.
Os limites do alfoz
(concelho), definidos pelo Foral, incluíam Castelo Branco e iam
até ao Tejo, Portas de Ródão. É significativo.
Até ao final do reinado de
D. Sancho II, a vila da Covilhã viveu o espírito de Reconquista,
isto é, de luta contra os mouros. Foi capital do reino durante a
Reconquista. Por várias vezes, o rei se instalou aqui com a
corte.
Terminada que foi a
Reconquista ou seja feita a paz com os mouros, as gentes da
Covilhã passaram a organizar-se economicamente. Havia que ir
além da agricultura de subsistência. O Rei D. Afonso III vem
ajudar ao instituir uma feira anual com a duração de oito dias.
A feira celebrava-se em Agosto, depois da festa de Santa Maria.
Também D. João I concede uma feira franqueada anual a
realizar-se pelo São Tiago e que se tem mantido, com altos e
baixos, até aos dias de hoje.
A indústria dos lanifícios,
entretanto, ia começando a tomar forma. Há que ter em conta que,
por aqui, se deslocavam, vindos de Espanha, almocreves que
levavam lãs para Tomar, seguindo uma via romana que passava por
Paúl, Casegas, Sobral de São Miguel... Era conhecida como a
Estrada da Lã.
A Carta de Foral aponta
para muitas indústrias artesanais, incluindo a dos lanifícios e
abria a porta a todos os que desejassem vir instalar-se na
região.
Uma burguesia, cada vez
mais forte, fomentava o progresso e tornava-a apetecida pelas
suas riquezas. No termo da Covilhã, na Idade Média, incluíam-se
mais de 300 lugares.
Os judeus eram já um núcleo
importante que chegou a ter influência na corte.
A arte e a cultura está
bastante representada, caracterizando esta época. A título de
exemplo cita-se a capela de São Martinho, autêntica jóia de
estilo românico.
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