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CASTELO
RODRIGO |
Situa-se
a 810 m de altitude num cabeço fortificado e as suas muralhas
envolvem a Aldeia Histórica.
Domina a planície sobranceira ao convento de
Stª Maria de Aguiar e é actual sede do concelho. Confronta a
Oeste com a Serra da Marofa e a Serra da Vieira. O primitivo
castelo remonta ao séc. XI e em 1209 recebe carta de foral por
D. Afonso IX de Leão. Em 1296, D. Dinis ordena a reedificação da
fortaleza e da muralha. Oficialmente e por via do Tratado de
Alcañices, passa a integrar o território português em 1297.
Durante a crise de 1383-85, na sequência do
facto do alcaide-mor ter jurado fidelidade a D. Beatriz e ter
recusado a entrada do Mestre de Avis, resultou a imposição do
escudo nacional invertido no brasão da Vila. Em 1590, durante o
domínio espanhol, D. Filipe I eleva a Vila a condado e nomeia
para o título D. Cristóvão de Moura que, no lugar da antiga
alcáçova, manda erigir um palácio residencial. Em 1640, com a
restauração da independência, este palácio é incendiado por
iniciativa popular. Em 1664 dá-se o cerco da Vila pelo exército
espanhol comandado pelo Duque de Oduna, vencido na Batalha da
Salgadela e, em 1762, durante a Guerra dos Sete Anos, Castelo
Rodrigo é ocupada pelas tropas espanholas do Marquês de Soria. O
recinto muralhado é de traçado irregular ovalado e possui três
Portas ( Sol, Alverca e Traição ).
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Os vestígios
mais antigos da presença do homem no território são achados
do Paleolítico. A cultura megalítica e a cultura castreja
reflectem-se na sua toponímia. O domínio romano apresenta
muitos vestígios na região. Existem lápides epigrafadas e
dezassete estações arqueológicas no concelho, na sua maioria
restos de villae romanas.
A passagem dos muçulmanos ficou marcada por vestígios ainda
existentes na cisterna e nalgumas casas no interior do
Castelo.
As primeiras referências escritas datam da época da
Reconquista e mostram a importância que tinha para os reis
de Leão o repovoamento deste (então seu) território: foi-lhe
atribuído o título de vila e foi elevada a concelho por
Afonso IX de Leão.
As doações feitas aos frades Salamantinos, fundadores da
Ordem de S. Julião do Pereiro, e aos primeiros frades de
Santa Maria de Aguiar, oriundos de Zamora, revelam uma
idêntica preocupação com a reorganização e povoamento desta
área, de que o convento de Santa Maria de Aguiar é, hoje,
importante testemunho. Aliás, historicamente, nenhuma
povoação raiana exerceu, por período tão longo, um lugar tão
relevante nas relações luso-castelhanas e na defesa do
território português.
Em 1170 Afonso Henriques conquistou Castelo Rodrigo aos
mouros mas ela será novamente perdida, tornando a ser
reconquistada por D. Sancho I, em 1209, data em que este lhe
concede o seu primeiro Foral.
Castelo Rodrigo, povoação fortificada desde a mais remota
antiguidade, foi integrada definitivamente no território
português a 12 de Setembro de 1297, pelo tratado de
Alcanizes; D. Dinis , que confirma o seu Foral em Trancoso,
em 1296, mandou repovoar e reconstruir o Castelo. Sendo
palco de constantes guerras, D. Fernando mandou novamente
reparar as suas muralhas.
Foi por esta época que Castelo Rodrigo pediu a D. Fernando
Carta de Feira, o que lhe foi concedido por Carta Régia de
23 de Maio de 1373, devendo a Feira ser feita a 18 de cada
mês "se nesse dia não se fizer outra feira franqueada em
algum lugar acerca dessa vila". Porém, passado pouco mais de
um ano, em 1374, o Rei altera a data da Feira para o dia 1
de cada mês; mais tarde, em 1386, D. João I muda a data da
Feira, o que causou graves prejuízos aos moradores; anos
depois, estes escreveram ao Rei pedindo a alteração da data
para o dia 25, o que lhes foi concedido "... com tanto que
façam em dias taes que não façam em nenhum prejuízo às
outras feiras que se fazem nas outras vilas e comarcas
d'arredor".
Durante a crise de 1383-85 Castelo Rodrigo tomou o partido
de D. Beatriz e de D. João de Castela pelo que D. João I, o
Mestre de Aviz, castigou a vila, mandando que o seu brasão
ficasse com o escudo das armas reais invertido e tendo-a
colocado na dependência administrativa de Pinhel.
De novo a Vila se despovoou e caiu em ruínas.
D. Manuel mandou, novamente, que fosse repovoada, bem como
restaurado o Castelo, tendo-lhe dado Foral Novo em 25 de
Junho de 1508.
Os dois primeiros reis da Dinastia dos Filipes instituíram o
condado e o marquesado de Castelo Rodrigo na pessoa de
Cristóvão de Moura, filho de um alcaide da povoação e
defensor da causa filipina, que fez erigir, em 1590, um
magnífico palácio residencial no interior da antiga
alcáçova. A 10 de Dezembro de 1640 a população de Castelo
Rodrigo, revoltada contra o fidalgo, pôs fogo ao palácio do
traidor.
De novo Castelo Rodrigo se vê envolvida nas lutas contra
Castela tendo, em 1664, sofrido o Cerco do Duque de Ossuna.
A sua guarnição, apenas com 150 homens, resistiu
heroicamente até à chegada de reforços portugueses, altura
em que se trava batalha nos campos junto ao Mosteiro de
Santa Maria de Aguiar. Conta-se que o Duque se Ossuna e D.
João d'Austria terão escapado com vida, disfarçados de
frades.
Castelo Rodrigo foi ponto de passagem dos peregrinos que se
dirigiam a Santiago de Compostela, aqui acolhidos e cuidados
por uma confraria de frades hospitaleiros, estabelecida em
Portugal desde 1192.
Após as Guerras da Restauração Castelo Rodrigo foi perdendo
a sua importância e, a 25 de Junho de 1836, por Carta Régia
de D. Maria II, a sede de concelho passou para a povoação de
Figueira de Castelo Rodrigo. |

Pretende-se a valorização da povoação como elo da cadeia de
fortalezas fronteiriças, nomeadamente do eixo
Almeida/Castelo Mendo/Castelo Rodrigo, e como pólo de
atracção turística que beneficia da navegabilidade do rio
Douro até Barca D'Alva e da proximidade de Espanha. Para tal
importa reactivar artes e ofícios tradicionais, como factor
de dinamização económico-social, tendo como suporte o fluxo
turístico. |
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