Castelo Branco assume relevante papel regional a partir do foral
de Pedro Alvito ( século XIII ), mestre dos Templários, o sítio
desenvolve duas importantes funções: a defesa e o ruralismo,
realidades bem patenteadas num desenho dos inícios do século
XVI. Atentando ao perfil do Burgo desenhado por Duarte d'Armas,
compreende-se a evolução urbana da cidade, que teve como núcleo
inicial a antiga alcáçova situada no cimo da elevação onde
Castelo Branco terá nascido. À volta do castelo templário o
povoado foi ganhando novos espaços, estendendo-se pela encosta
leste em direcção ao sopé. Hoje desses tempos, conservam-se as
ruas que trepam pelo encosta em direcção ao castelo, com os seus
portados decorados, com os seus nomes recordando antigas
profissões (Rua dos Peleteiros, dos Oleiros, dos Ferreiros), os
pequenos espaços agrícolas (ainda hoje utilizados), o olival da
encosta sul e ainda todas as características do pequeno mundo
Apesar de existirem vestígios datáveis da Pré e da
Proto-história encontrados no Castelo de Castelo Branco, foi
durante a Idade Média que se terá fundado a fortaleza templária.
Edificada pelos Templários, provavelmente entre 1214 e 1230,
fechava um cerco de muralhas e torres. Admite-se que os seus
limites tivessem sido mandados alargar por D. Dinis, mas ao
certo, sabe-se apenas que foi D. Afonso IV(1343) que mandou
erguer-lhe os muros. Através das gravuras do Livro das
Fortalezas, de Duarte de Armas, podemos analisar Castelo Branco
do séc. XVI como povoação-fortaleza, com ruas estreitas,
apresentando edifícios com uma porta larga para arrumação do
cavalo na loja e porta estreita para servir o andar onde se
alojava o cavaleiro e a sua família.
No recinto desta fortaleza encontra-se a Igreja de Santa Maria
do Castelo, antiga sede de freguesia. Era no seu adro que se
reuniam a Assembleia do Homens-Bons e as autoridades
monástico-militares, até ao séc. XIV. Esta foi a Igreja Matriz
da freguesia de Stª Maria do Castelo, com diversas
reconstruções. Ficou quase destruída com a invasão castelhana,
após a revolução de 1640. Em 1704 foi de novo incendiada pelos
castelhanos. Os soldados de Junot, por ocasião da primeira
invasão francesa, deixaram esta igreja completamente em
derrocada, tendo servido de cavalariça e depois incendiada. No
seu pavimento encontram-se diversos túmulos. Entre eles
destaca-se o de João Roíz de Castelo Branco, célebre poeta do
séc. XVI, natural de Castelo Branco.
A entrada para o antigo terreiro da alcáçova fazia-se por um
arco redondo, situado por detrás da dita Igreja. Depois de o
passarmos, à esquerda, podemos reparar na cisterna primitiva. Em
frente, encontra-se a vulgarmente denominada "Torre dos
Templários", com janelas ornadas com elementos manuelinos e que
não é mais do que um torreão anexo do Palácio dos Alcaides,
cujas dependências se desenvolviam, por um lado, até à outra
torre e para o interior do terreiro. O palácio tinha uma varanda
alprendrada. A fortaleza que hoje existe deve-se a uma
reconstrução incaracterística da Direcção Geral de Edifícios e
Monumentos Nacionais nos princípios dos anos 40.
Este monumento faz parte da nossa memória cultural, foi ele que
deu o nome à actual cidade de Castelo Branco;
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