As
primeiras referencias
escritas a Sagres remontam do século 350 d.C. como sendo chamado
de Cabo Cinético por
Rufus Festus Avienos a 350 d.C. Ele refere
o cabo Cinético onde declina a luz sideral, emerge altaneiro
como ponto extremo da rica Europa, e entra pelas aguas salgadas
do Oceano povoada de monstros. Segue-se um promontório, que
assusta pelos seus rochedos consagrado a Saturno. Ferve o mar
encrespado e o litoral rochoso prolonga-se extensamente
como todos nós sabemos as condições do oceano em Sagres ainda
hoje é difícil, tanto para pescadores, como para certos navios
de pequeno porte. Para os pequenos barcos da época, penso que as
probabilidades de êxito seriam remotas, quando se faziam ao mar,
muitos não voltavam, seriam mais reduzidas se corressem riscos
navegar no hemisfério Norte de inverno, seria suicídio, dobrar o
cabo de S. Vicente mesmo de verão, para as épocas remotas seria
uma sorte, quando se navega em águas tão tranquilas como as do
sul do Mediterrâneo e Algarve, os ventos fortes do norte que se
fazem sentir em Sagres no verão, que torna altaneiro o mar em
todo o litoral oeste da península, não seria de admirar que os
nossos antepassados vissem monstros quando tentavam aventurar-se
na sua passagem. Mas a rica Europa ficava para estes lados!.
Os romanos quando ocuparam a
península eles também crentes em Deuses encontraram sem duvida
um local místico, e se referem a ele, como local sagrado, sendo
outrora denominada por Promontorium Sacro. talvez seja essa a
origem do nome de Sagres, Mas o facto é que é uma região
diferente de outras, que todas as gentes locais o reconhecem. Os
ventos fortes de verão só são encontrados em Sagres, o que
levaria os romanos a pensarem que seria habitado por Deuses, o
que deu origem a 'Sagrado', onde só seria visitado em
peregrinação e onde seria proibido pernoitar.
A primeira referencia ao
nome de Sagres data de 1450 derivado das condições climatéricas
Sagres era usado como desterro para cidadãos que caíam em
desgraça `na corte de El Rei
Associamos Sagres
ao mártir S. Vicente, teria nascido nos Pirineus,
filho de pais cristãos, excelente orador, foi elevado á ordem de
Diácono e mais tarde acolito de Valerio, Bispo de Saragoça. Mais
tarde, devido a perseguições religiosas, foi supliciado em
Valência com o seu Bispo, por ordem do então governador de
Hispânica, Darciano, em princípios do seculo. IV d. C. O culto
ao mártir de S. Vicente, alargou-se por toda a península,
sobretudo durante a invasão Muçulmana. ajudando a reconquista da
península ibérica havendo muitas ref. ao santo nas crónicas das
mais celebres batalhas, tanto do lado Português, como de Espanha
As referencias ao mártir a Sagres continuam sendo um mito. A
história refere-se ao santo que foi encontrado à deriva numa
barca, guardada por dois corvos, o qual seria recolhido.
Como refere a
gravura, talvez haja erro, no entendimento histórico, já que no
local, se refere a S. Vicente que teria chegado a Sagres numa
barca e possivelmente assaltado e morto. Os corvos, que estão
referidos na gravura, protegem o corpo de S. Vicente, nas
rochas, dos animais ferozes, e que o corpo teria aparecido num
local próximo do Cabo se S. Vicente, chamado Armação Nova. À
falta de documentos, a historia pode ter sido muito deturpada ao
longo dos tempos, daí não haver uma referencia mais justa, que
não seja o sobrenatural
[Este capitulo é unicamente uma referencia do autor, sem
qualquer impacto histórico, por achar estranho, o santo, morto,
numa barca, tão distante de Valência, poderia ter acontecido que
o governador de Hispânia, ter aprendido a lição de Poncio
Pilatos, não fazer mártires, e ter desterrado pura e
simplesmente o santo, metendo-o numa barca e o santo ter
parecido em Sagres.]
Sepultado numa igreja que existiria chamada
Igreja do corvo mais tarde seria um
mosteiro, e seria o local de inúmeras peregrinações, tanto
cristãs como muçulmanas,
mais tarde com a reconquista da península pelos cristãos,
lembrado com fervor por D. Afonso Henriques, que manda recolher
as relíquias sagradas do santo, adoptando os corvos como emblema
municipal da cidade de Lisboa, conquistada recentemente, em
1147, hoje a localização aproximada é o Farol do Cabo de São
Vicente, que veio substituir o dito mosteiro
Nota: os corvos ou seriam
gralhas, são hoje são muito comuns em Sagres, talvez os nossos
antepassados não os destinguisem como especies diferentes.
Aliado á riqueza histórica de Sagres, o infante
D. Henrique, nascido
na cidade do Porto em 1394, será de facto, quem mais longe levou
o nome de Sagres. Ele viu em Sagres, uma sadia para todo o
oceano Este, Sul e Oeste, com uma barreira natural contra os
ventos, o mar calmo e portos naturais, com águas profundas para
os seus navios, e talvez o ponto de comercio mais fabuloso de
todo o mundo, na época, já que em Sagres, para os pequenos
navios, era necessário esperar que as condições climatéricas,
lhe permitisse voltar de novo ao mar, e isso poderia levar
meses. Provendo o comercio de produtos ao qual encheria os
cofres do infante. Talvez uma das razões que obrigaria o infante
a estar longos períodos em sagres, também aliado ao facto de
receber mais que em algum lugar, novas técnicas de navegação,
alem receber dos mareantes todas as importações do alem mar,
sitio ideal para ter a sua escola de navegação, apesar dos
historiadores estarem em desacordo da existência da tal escola
náutica estou convencido já que era o local ideal para contactar
com todos os aventureiros do alem mar, receber todo tipo de
informações tanto das correntes marítimas e a sua própria
experiência, como dos ventos e da existência de novos
continentes e até mesmo as novas tecnologias da época, os
grandes mareantes da época muitas vezes eram retidos em sagres
meses por condições climatéricas únicas, que o infante
sabiamente aproveitou. O infante D. Henrique também ele foi um
grande aventureiro, herói em Ceuta, foi dos grandes de sangue
português. Depois de Ceuta, em 1415, onde foi aramado cavaleiro,
feito Duque de Viseu e com a administração da Ordem de Cristo,
ficou economicamente numa posição, que o teria levado á aventura
dos descobrimentos, descobrindo para Sul, a Madeira, em 1419, os
Açores para Oeste em 1427, dobrando em 1434 outro monstro dos
oceanos, o cabo Bojador. Com a necessidade de proventos de novos
mercados, que outrora só chegavam via terrestre, tentou ir mais
longe. Patrocinou astronomia na universidade de Lisboa,
cartografou grande área tanto em África como o Mediterrâneo,
morrendo em Sagres a 13 de Novembro de 1460. deixando-nos um
legado fabuloso que as gerações vindouras tão bem souberam
aproveitar, levando o nome de PORTUGAL tão longe.
O forte do Beliche, construção data por
definir, mas anterior ao ataque de Drake pois existe desenhos da
sua existência feita pelo próprio pirata que o destrui
completamente, pela sua posição estratégica no cabo, foi uma
construção possivelmente para abrigo e abastecimentos dos
mareantes, porque as condições naturais assim o permitem, porque
os mareantes não conseguindo dobrar o cabo em condições normais,
devido as condições criadas pelos ventos fortes do Norte,
principalmente no verão, abrigava os mareantes durante meses,
até que se reunisse condições par zarpar Talvez a razão da sua
edificação, além de protecção contra os ataques comuns da época.
A história fala de uma
destruição de uma fortaleza, por um pirata a soldo da coroa
Inglesa, Sir Francis Drake, que em 1587 atacou a fortaleza de
Sagres. saqueando e destruindo tudo na sua passagem; em fim
coisas dos tempos!!!!!!! Tambem atingida pelo terramoto de 1755
destruindo Sagres parcialmente.
O Forte da Baleeira, pouco se sabe sobre ele, sabe-se, no
entanto que já existia em 1573, possivelmente para salvaguardar
os habitantes da região, da armação de pesca do Atum, muito
abundante na época. Está agora reduzida a caboucos e um portal,
ainda de pé. Teria uma capela, mas não se vêem vestígios,
provavelmente teria desaparecido, devido a derrocadas da
falésia. Mas como o desenho de Francis Drake apresenta, ela
existia.
Hoje sagres continua!!
não vive das trocas com os aventureiros como outrora, mas
continuam a ser bons hospitaleiros, continuando a haver
peregrinações mas desta vez históricas e de lazer, que apesar da
rigidez do seu clima quando se gosta de sagres se gosta mesmo,
sendo mesmo um local aonde se encontra paz e segurança que
dificilmente será ultrapassado
O autor agradece a
quem ler este texto no sentido de o melhorar, umas dicas ou mais
informação
MANUEL COSTA
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