As muralhas que envolvem o mais
antigo núcleo urbano, conhecido por Vila-Adentro, remontam ao
século IX e devem-se à iniciativa de Ben Bekr, príncipe
muçulmano de um pequeno reino local que se tornou independente
do emirato de Córdova. Após a invasão almohada, no séc. XII,
construíram-se duas torres albarrãs diante de uma das entradas
principais, actualmente conhecida por Arco do Repouso.
Em 1596, as tropas inglesas do Conde de Essex saquearam e
incendiaram a cidade, tendo danificado bastante as muralhas.
As obras de restauro começaram de imediato, prolongando-se
durante décadas. A cava que envolvia as muralhas não banhadas
pelo canal, encontrava-se entupida em 1633 e foi necessário
limpá-la de maneira a recolher a água do mar.
Depois da Restauração de 1640, como prevenção contra uma
eventual invasão espanhola, houve que derrubar as ameias de
algumas torres, para que se igualassem em altura com os muros
das cortinas, ficando, assim, preparadas para receber as bocas
de fogo. Em 1664, as obras estavam praticamente concluídas.
faro
O terramoto de 1755 danificou grande parte das muralhas,
incluindo torres e baluartes e, nos finais do século XVIII,
perdem importância como reduto militar. Com efeito, os avanços
técnico-militares tornam-nos alvo fácil de artilharia
instalada em Santo António do Alto.
Abandonadas pelas autoridades, ainda mantêm, em 1849,
alguns equipamentos militares, mas, aos poucos, são ocupadas
por particulares.