O Forte
do Pessegueiro era usado em conjunto
com o fortim erigido dentro da ilha,
arruinado pelo terramoto de 1755.
http://www.mun-sines.pt/concelho/H-funda.htm#UM%20CONCELHO%20ENFORMADO%20PELO%20MAR
Parece existirem evidências de que
os Cartagineses se estabeleceram na
ilha ainda antes da II Guerra Púnica
(218-202 a. C.).
Na época Romana (entre meados do
século I d. C. e o século V d. C.) a
ilha foi um centro produtor de
preparados de peixe. Deste período,
para lá dos vestígios dos tanques de
salga (recentemente postos a
descoberto), terá subsistido o nome
Pessegueiro.
Durante séculos foi refúgio de
piratas. Conta uma tradição que um dia
chegaram à ilha uns piratas
norte-africanos que aí só encontraram
um eremitão, decidido a defender a
capela à sua guarda e impedir a todo o
custo o seu próprio cativeiro. Os
piratas mataram-no, saquearam o que
existia na capela e atiraram para um
silvado a arder a imagem da Virgem e
depois partiram. Vieram então as
gentes de Porto Covo dar um pouco de
arranjo aos destroços e enterraram o
eremitão.
Não vendo a imagem procuraram-na
por toda a ilha, indo descobri-la
intacta sem qualquer dano. O povo de
Porto Covo colocou-a então numa outra
ermida que passou a ser conhecida por
Capela de Nossa Senhora da Queimada.
A necessidade de defesa da ilha dos
piratas terá contribuido para que, em
1603, Filipe III encarregue Alexandre
Massay do projecto da construção de um
forte na "Ilha do Pixiguero". É
possível que este forte não tivesse
resistido às investidas de piratas ou
de um ataque espanhol nas guerras de
restauração.
Em finais do século XVII, D. Pedro
II ordenou a construção de novo forte.
Nesta época, teria uma guarnição de 30
homens e cinco peças de artilharia
comandados por João Rodrigues Mouro.
Para evitar um ataque a partir do
continente é construído o
forte da "ilha de dentro",
hoje abandonado. Neste forte ainda é
possível ver
"o seu fosso e as bem aparelhadas
muralhas quase intactas. Para o lado
sul eleva-se em dois pavimentos,
protegidos por meios-baluartes nos
ângulos sudeste e sudoeste, e entre
eles a porta e eixo da cortina. Para
o túnel de entrada comunicam
dependências de aquartelamento,
cozinha, depósitos sobre estas,
outras, mais iluminadas e arejadas.
Do átrio uma escada larga conduz ao
amplo terraço, mirante directo da
ilha do Pessegueiro, da praia, dos
rochedos que protegem Porto Covo, da
continuidade da orla marítima até
Sines. Sobre as salas do segundo
pavimento de nível com vasto
terraço, um outro eirado desfruta
obviamente de melhor domínio visual.
Evidencia todo o forte a preocupação
do melhor aproveitamento para
plataformas de tiro e da mobilidade
que permitisse fazer fogo com
rapidez para qualquer ângulo. Em
ruínas está a guarita cujos
vestígios são visíveis no fosso do
lado poente".
(Júlio Gil em "Os Mais Belos
Castelos de Portugal")
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