Monsaraz
Castelo
(Monsaraz) - Descendo da fortificação
primitiva, conquistada por, Geraldo Sem Pavor em
meados do séc. XII. Desta fortificação primitiva
pouco sobreviveu à reforma dionistina e tudo
aquilo que podemos ver é um exemplo clássico da
arquitectura militar do princípio do séc. XIV,
tendo sido ampliado imediatamente a seguir à
proclamação de D. João IV. A Torre de Menagem,
construída em granito nos começos do séc. XIV,
conserva abóbadas ogivais nos seus dois andares:
o térreo, antigo cárcere e depois armazém
de armas; o cimeiro, sala nobre da
alcaidaria com larga porta gótica e janela já
assinalada no desenho quinhentista de Duarte
Darmas.
Castelo
(Monsaraz) - Descendo da fortificação
primitiva, conquistada por, Geraldo Sem Pavor em
meados do séc. XII. Desta fortificação primitiva
pouco sobreviveu à reforma dionistina e tudo
aquilo que podemos ver é um exemplo clássico da
arquitectura militar do princípio do séc. XIV,
tendo sido ampliado imediatamente a seguir à
proclamação de D. João IV. A Torre de Menagem,
construída em granito nos começos do séc. XIV,
conserva abóbadas ogivais nos seus dois andares:
o térreo, antigo cárcere e depois armazém
de armas; o cimeiro, sala nobre da
alcaidaria com larga porta gótica e janela já
assinalada no desenho quinhentista de Duarte
Darmas.
A história do
concelho de Reguengos de Monsaraz confunde-se
com a do antigo concelho de Monsaraz. Com efeito
os limites do concelho são os mesmos desde há
séculos. O que mudou foi a localização da sua
sede, localizada na vila de Monsaraz até 1838,
data a partir da qual se transferiu para a vila
de Reguengos.
Monsaraz é
seguramente a povoação mais antiga do concelho e
uma das mais antigas povoações portuguesas a Sul
do Tejo. A sua ocupação data dos tempos
pré-históricos, contando-se nos arredores cerca
de centena e meia de monumentos megalíticos. O
próprio monte onde foi construída a vila foi
provavelmente um povoado pré-histórico
fortificado e, no Arrabalde, existe uma vasta
necrópole rupestre pré-romana, de sepulturas
antropomórficas cavadas na rocha viva.
O primitivo
castro pré-histórico foi mais tarde romanizado e
depois sucessivamente ocupado por visigotos,
árabes, moçárabes e judeus.
A palavra Xarez
ou Xerez equivalia, durante o domínio muçulmano
na Península, à forma arábica SARIS ou SHARISH.
O equivalente em castelhano do vocábulo
português xara é JARA. Assim Xarez ou Xerex
apresenta os equivalentes arcaicos castelhanos
de Jaraez ou Jarás que conduziram, por
corruptela, às formas actuais de Jerez
castelhano ou Xarez português.
Monsaraz pode
significar, portanto, Monte Xarez ou Monte
Xaraz, isto é, cerro erguido no coração de uma
terra à margem do Guadiana, antigamente povoada
por um impenetrável brenhal de estevas ou xaras
e que, pela excelência de condições estratégicas
- posição de altura com cobertura defensiva de
um grande e profundo rio - recomendava, naquele
sítio inacessível, a fundação de um povoado.
Em 1157, foi
conquistada aos mouros por Geraldo Sem Pavor,
mas em 1173 torna a cair em poder dos almôadas,
na sequência da derrota de D. Afonso Henriques
em Badajoz. D. Sancho II, auxiliado por
cavaleiros dos Templários, conquista Monsaraz
definitivamente em 1232 e faz a sua doação à
Ordem do Templo.
O repovoamento
cristão de Monsaraz e do seu termo só vem a
ocorrer no tempo de D. Afonso III e foi obra do
cavaleiro Martim Anes, que parece parece ter
sido também primeiro Alcaide de Monsaraz. Em
1263, Monsaraz é já uma importante povoação
fortificada e também sede de um concelho
perfeito e dotado com os mais amplos privilégios
jurídicos, possuindo já a Carta de Foral
expedida por D. Afonso III.
Neste período de
ocupação cristã, o povoador Martim Anes começou
a levantar a nova alcarçova, e os cavaleiros das
Ordens Militares e o clero secular deram início
á construção dos templos primitivos de Santa
Maria da Lagoa e de Santiago, da Ermida de Santa
Catarina, no Arrabalde.
A economia era
fundamentalmente agrícola e pastoril,
verificando-se paralelamente um apreciável
desenvolvimento das pequenas indústrias da
olaria tosca, dos cobres martelados, e o
artesanato grosseiro dos tecidos de lã e linho.
Em 1319, Monsaraz
é erigida comenda da Ordem de Cristo e fica na
dependência de Castro Marim. Nesta altura começa
a ser contruído o edifício gótico do primitivo
tribunal, decorado a fresco com o famoso painel
alegórico à justiça terrena. É também deste
período que data a torre de menagem (época
dionisina).
Em 1412, por
doação do condestável a seu neto D. Fernando,
Monsaraz é integrada na Sereníssima Casa de
Bragança e passa, em matéria de tributação
fiscal, a construir um dos mais preciosos e
fartos vínculos no Alentejo da grande casa ducal
portuguesa.
Em 1512, o foral
manuelino actualiza a regulamentação da vida
pública do concelho e da vila. Nesta altura a
confraria da Misericórdia de Monsaraz fica
definitivamente instituida na Matriz de Santa
Maria da Lagoa.
A grave crise
demográfica de 1527, causada pela peste que
alastrava em Portugal, faz com que, por ordem do
Duque de Bragança, e como medida de fixação
demográfica local, se esboce uma modesta reforma
agrária, que se traduziu no parcelamento das
terras comunais concelhias. A paisagem do
minifúndio nos arredores de Monsaraz resulta
ainda da partilha quinhentista das terras
comunais.
No termo de Monsaraz, em terrenos da Casa de
Bragança e depois da Coroa, com os nomes de
Reguenguinho, Ramila e Mon Real, em torno de uma
ermida dedicada a Santo António, nasceu um
pequeno núcleo populacional, originário da
futura vila de Reguengos. O crescimento desta
pequena povoação, devido ao esforço dos seus
moradores no que respeita ao artesanato laneiro
e à lavra da vinha, viria a dar origem à criação
de uma nova freguesia, em 1752.
A Aldeia dos
Reguengos, assim chamada, era formada na altura
pelos núcleos populacionais de Reguengos de
Cima, do Meio e de Baixo. Estes constituiram as
bases administrativas embrionárias da nova Vila
de Reguengos, por Carta de Lei de 1840.
A posição da vila
acastelada de Monsaraz, de difícil acesso, e a
sua fidelidade ao ideal absolutista, derrotado
nas lutas do século XIX, contribuiram para que o
processo de transferência de sede do concelho
fosse célere e passasse para a Vila de
Reguengos, nova dinâmica e adepta dos ideais
políticos do Liberalismo.
Esta
transferência data de 1838, sofrendo embora
várias interrupções. Apenas em 1851 a sede se
instala definitivamente na Vila de Reguengos e o
concelho passa a designar-se Reguengos de
Monsaraz |