|
|
Castelo do Crato
Inventário
do Património Arquitectónico
CASTELO: fortim abaluartado,
grosseiramente estrelado, de 4 pontas, com
paredões de tipo medieval a E. e um redente a S.
/ SO.. Ruínas da fortificação medieval na zona
central, muros isolados ou com estruturas que se
lhes adossaram para o levantamento de
plataformas de artilharia. Ruínas da
fortificação moderna: 4 redentes de faces
escarpadas com uma guarita no vértice NO.;
quartéis na zona N., com vestígios de chaminés e
de nichos; uma construção subterrânea, de que
restam apenas as paredes, no terrapleno do
redente S.; estruturas abobadadas para a
construção de plataformas de artilharia na zona
central, com canhoeiras voltadas para E.; ruínas
do que parecem terem sido instalações militares
subterrâneas na zona central, a S.. A E. a porta
do fortim, conservando os escaninhos da ponte
levadiça, e uma cisterna bem no centro da
fortificação. CERCA urbana que se desenvolve
para N. / NO. / O.; a partir do fortim e no
sentido contrário ao dos ponteiros do relógio:
troço E. da muralha, com ressalto no primeiro
terço e terminando num torreão arruinado, de
secção rectangular, que flanqueava a inflexão da
muralha para NO.; troço de muralha até à Porta
de São Pedro, para NO., constituído por três
segmentos isolados, o último dos quais ligado ao
torreão, de secção rectangular, da Porta de São
Pedro; troço de muralha angular, na zona O., com
restos de um torreão no vértice; troço S. da
muralha, que se liga ao castelo/fortim, subindo
a encosta *1.. No castelo e cerca urbana as
muralhas são perpendiculares ao solo.
Época de Construção
Séc. 13 / 15 / 17 / 20
Arquitecto / Construtor /
Autor
Arq. António Teixeira Guerra: Séc. 20, projecto
de conservação e revitalização.
Cronologia
1160 - conquistada a região aos mouros; 1232 -
D. Sancho doa a região de Ucrate ou Ocrato à
Ordem do Hospital, ficando esta com a obrigação
de promover e fortificar a vila; início da
construção do castelo sendo prior D. Mem
Gonçalves; atribuição de foral pela Ordem do
Hospital (18 de Dezembro de 1270 pela Era de
César); 1336 - 1341 - transferência da cabeça da
Ordem do Hospital para Crato / Flor da Rosa,
criando-se o Priorado do Crato; 1350 - a Vila do
Crato é cabeça da Ordem de Malta; 1358 / 1359 -
cartas de D. Pedro I, provando que se estavam
fazendo "cauas & barbacas, em cada uma das
Villas do Crato e da Amieira"; 1430 -
reconstrução do castelo e construção da cerca
urbana pelo 5º Prior do Crato, Frei Nunes de
Góis; 1512 - foral novo de D. Manuel; 1518 -
casamento de D. Manuel com D. Leonor, no palácio
do castelo; 1525 - casamento de D. João III com
D. Catarina, no castelo; reconstrução da porta
do castelo; Séc. 17, inícios - a fortificação
tinha ainda uma forma trapezoidal flanqueada por
5 torres, sendo a torre N. a de menagem; 1615 -
1621 - Pedro Nunes Tinoco desenha a povoação e
as suas fortificações, constituindo o mais
antigo desenho conhecido das mesmas; 1642 -
reabilitação das fortificações face às novas
tecnologias de guerra (construção de plataformas
para a instalação de artilharia),
transformando-se o castelo em fortim
abaluartado; 1662, 29 de Outubro - tomada da
vila pelo exército espanhol comandado por D.
João d'Austria e destruição das fortificações e
do cartório do Priorado; 1939, 1 de Março -
passa a pertencer ao Dr. Rui Teixeira Guerra;
1990 - o Arq. António Maria da Calça e Pina
Teixeira Guerra é representante do proprietário
(Embaixador Teixeira Guerra); o imóvel passa a
pertencer à Câmara Municipal do Crato e é
concessionado à ADR - Agência de Desenvolvimento
Regional, Ldª., cujo gerente é o Arq. António M.
C. P. Teixeira Guerra; 1991, 7 de Novembro -
projecto, ou proposta, de revitalização do
castelo, do Arq. António Maria da Calça e Pina
Teixeira Guerra; 1992 - início do projecto de
conservação e revitalização.
Tipologia
Arquitectura militar medieval e moderna. Castelo
medieval transformado no Séc. 17 em fortim
abaluartado.
Características
Particulares
Destaque para os restos de plataformas de
artilharia montadas sobre estrutura abobadada
que se adossou a muros não escarpados, prováveis
reminiscências de arquitectura militar medieval.
O projecto de conservação e revitalização em
curso, processo simultâneo de conservação de
ruínas e da sua transformação plástica em
valores escultóricos, com a utilização de novos
materiais; integração das ruínas em obra nova,
que pretende revitalizar o existente através da
construção de um centro cultural, que pode
tornar-se um exemplo de referência na história
da recuperação do Património Arquitectónico.
|
|
|