Castelo
da Lousa
Descrição :
Edifício de planta rectangular, orientada segundo dois eixos
ortogonais, N-S e E-O, aparentemente de um só piso, provavelmente,
a julgar pela densidade de fragmentos de «tegullae» que jazem no
envolvimento, coberto de telhado circundando o átrio. A leitura da
articulação vertical e da composição interior é condicionada
pela observação da ruína actual, que corresponde a um corte
uniforme ao nível do piso térreo. A fachada principal, onde
provavelmente se rasgaria o pórtico, vira a O., para o lado contrário
ao do rio, e falta-lhe mais de metade do paramento na metade N.;
conserva ainda restos de um largo vão, a flanquear o pórtico. As
fachadas N. e E. são rasgadas por frestas de profundos enxalços,
correspondentes aos compartimentos interiores. A fachada S. é
rasgada por apenas um vão, aparentemente um pórtico lateral. O
interior, estruturado pelo «impluvium» e átrio, de que resta a
estrutura do pavimento e a cisterna de colheita das águas pluviais,
é dividido em compartimentos rectangulares e, no cunhal SO,
acantonava-se o que parece ser um pequeno pretório, em cota
elevada, acessível por escadaria.
Utilização
Inicial : Militar
Época
de Construção : Antiguidade
Cronologia
: Séc. 2 / 1 a. C.
Tipologia
: Arquitectura militar. Romana. Fortaleza. Não se conhece, em
Portugal nem na Península Ibérica, um monumento com estas características;
pequena fortaleza de planta quadrangular, poderoso aparelho e
alcantilada em esporão escarpado sobre o rio, obedecendo a um padrão
que só tem paralelo remoto com alguns monumentos do N. de Africa e
do Reno
O Castelo da Lousa, construído em lajedo de
ardósia, tem lanços de muralha de 2 m de espessura. Edificada no
século I a.C. pelos romanos, a sua vivência não terá
ultrapassado o ano 70 d.C. Questiona-se o seu papel de defesa
militar do Guadiana, e cada vez mais se pensa que o castelo
romano fosse, na realidade uma villa fortificada. Foram
restauradas as paredes mestras e a cisterna de águas pluviais
com 8 m de profundidade. Estão actualmente em curso estudos de
fortalecimento das muralhas para que estas se conservem após a
inundação da bacia hidrográfica do Alqueva |
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