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Cerro do
Castelo / Forte do Garvão
Inventário do Património Arquitectónico
IPA
Sítio
NºIPA
0212020002
Designação
Cerro do Castelo / Forte do Garvão
Localização
Beja, Ourique, Garvão
Acesso
Pela aldeia de Garvão, a NO. da povoação
Protecção
IIP, Dec. nº 29/90, DR 163 de 17 Julho 1990
Enquadramento
Rural, outeiro, isolado. Implantado numa
elevação amesetada dominando a povoação,
orientado segundo um eixo NE. / SO., com c. de
250 m. x 120 m., a uma altitude máxima de 124,55
m. A encosta nascente do cerro encontra-se
urbanizada até meia altura, com casas e quintais
separados por ruas.
Descrição
Subsistem restos de muros feitos de pedra
sobreposta e de taipa, contornando a vasta
plataforma criada no topo do monte. A zona está
cercada.
Utilização Inicial
Militar / Residencial
Utilização Actual
Cultural
Propriedade
Pública: municipal
Afectação
Época de Construção
Proto-História, Idade Média
Arquitecto / Construtor /
Autor
Cronologia
Ocupação pelo menos desde o Bronze final; muitos
vestígios de romanização; ocupação continuada
durante o período árabe. A vila medieval
desenvolveu-se nas encostas S. e E. do cerro do
castelo.
Tipologia
Arquitectura militar, povoado fortificado.
Características
Particulares
Na vertente do lado nascente do cerro, a 18,97m,
sob o pavimento da R. do Castelo, foi encontrado
um importante depósito secundário de oferendas e
ex-votos, uma "favissa" ou "bothros",
constituído na 2ª metade do séc. III a.c.,
certamente incluído numa estrutura de carácter
religioso mais complexa. A existência de
inúmeras placas oculadas em ouro e prata apontam
para o culto de uma divindade com poderes
profilácticos nas doenças de olhos; as peças
utilitárias podem ter contido oferendas
alimentares, as taças podem ter sido usadas para
libações ou como queimadores ou lucernas
(Beirão, 1985).
Dados Técnicos
Paredes autoportantes
Materiais
Taipa, alvenaria de pedra xistosa
Bibliografia
DIAS, M. M. A., COELHO, L., Achados de moedas
romanas do concelho de Ourique, in O Arqueólogo
Português, série III, vol. VII / IX, Lisboa,
1974 / 1977; BEIRÃO, Caetano de Mello, SILVA,
Carlos Tavares da, SOARES, Joaquina,, GOMES,
Mário Varela, GOMES, Rosa Varela, Depósito
votivo da 2ª Idade do Ferro do Garvão, in O
Arqueólogo Português, série IV, vol. III,
Lisboa, 1985.
Documentação Gráfica
Documentação Fotográfica
DGEMN: DSID
Documentação Administrativa
Intervenção Realizada
1971 - recolha de objectos existentes à
superfície: fragmentos de cerâmica romana, um
asse da oficina de Celsa; numa das ruas da vila
é identificada uma coluna de mármore romana,
retirada do oleito da Ribeira do Garvão; 1981 -
identificação de materiais da Idade do Ferro:
cerâmicas e restos de uma muralha; sondagens
junto à muralha revelam fragmentos de cerâmica e
um molde de pedra múltiplo para fundição de
armas do Bronze Final, da 2ª Idade do Ferro, do
período romano, árabe, moderno; 1982 / 1983 -
descoberta do depósito votivo e posteriores
trabalhos de prospecção, estudo e restauro das
peças
Observações
O depósito votivo foi constituído numa fossa
artificial talhada na rocha e foi
intencionalmente coberto por grande número de
peças fragmentadas misturadas com grandes blocos
de quartzo e terra. Na base assentava uma caixa
com um crânio humano com indícios de trepanação,
rodeado por ossos de animais e fragmentos de
cerâmica pisados. Sobre ela assentavam grandes
vasos cerâmicos, cheios de outros recipientes
menores alguns contendo pequenos objectos em
cerâmica, ouro, prata, vidro, cornalina e
bronze; os espaços entre eles era ocupado por
outros recipientes menores. Entre os objectos
destacam-se placas oculadas, 2 figurações
antropomórficas sobre placas de prata, com
atributos de Tanit, uma fíbula anular,
fragmentos de "oinochoai" em vidro polícromo, um
hemidracma de Gades, que mostram componentes
culturais mediterrânicas (Beirão, 1985).
Autor e Data
Isabel Mendonça 1994
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