Conquistada pela primeira vez
em data incerta por D. Afonso Henriques aos
mouros, a freguesia voltou a cair na posse dos
mouros e foi definitivamente recuperada por D.
Sancho I em data desconhecida.
Um dos primeiros documentos escritos que provam
a existência desta freguesia datam dos inícios
do século XIII é uma doação de terrenos e
propriedades no seu termo feita por Lourenço
Martins e sua esposa Sancha Fernandes à ordem do
hospital.
Por sua vez, em 1226 já possuía termo próprio
sendo referido como limite no Foral de Marvão “…
Et inde a zuma (Zumá), ou seja, segundo o
testemunho do padre Henrique da Silva Louro “e
daí ao Assumar”.
A construção da Igreja Matriz desta vila
(designada por Nossa Senhora dos Milagres ou
ainda por Nossa Senhora da Graça), data
provavelmente dos meados do século XIII, porque
no ano de 1262 o Monarca D. Afonso III doava aos
frades do Convento de Santa Cruz de Coimbra os
dízimos das Igrejas de Arronches e Assumar.
Uma outra prova inegável da existência desta
igreja nos meados do século XIII data do ano
1266, diz respeito à cobrança das dízimas do
Assumar entre o Bispo de Évora D. Martinho e o
Prior de Santa Cruz de Coimbra que, declara que
se levantou matéria de questão a respeito da
terça pontificial a receber nessa igreja.
A vila do Assumar no ano de 1298 já existia como
uma pequena localidade desenvolvida em redor da
sua igreja paroquial, facto que levou D. Dinis a
conceder amplos privilégios e regalias aos seus
moradores que alguns dos autores nacionais do
século XIX denominaram de carta de foral.
No ano de 1314 ainda no reinado de D. Dinis e
como forma de reforçar o poder dos moradores do
seu termo, os habitantes e moradores da vila e
termo de Assumar, foram libertados do domínio
administrativo do termo e vila de Monforte.
Por sua vez, inserido numa política de defesa
das populações transfronteiriças, D. Afonso IV
no ano de 1332 ordenou edificar a fortaleza
militar da vila do Assumar que, permitiu
fortificar em toda a sua extensão esta pequena
localidade.
Da primitiva fortaleza resta actualmente um
pequeno troço de muralha em ruínas, localizado
no lado Este da localidade e uma placa
comemorativa da época da sua edificação,
actualmente colocada na fachada Sul da igreja
Matriz com a seguinte inscrição.
“ Em nome de Deus amem. Era de mil
CCCLXX anos se fez este castelllo em senhorio do
mui nobre Rey Dom Affonso de Portugal e do
Algarve filho do mui nobre Rey Deniz. Me
Francisco, M.”.
Esta fortaleza estava
encostada à Igreja Matriz ou N.ª Senhora da
Graça como ainda podemos observar actualmente.
No ano de 1365 D. Pedro I confirma a concessão
de múltiplos privilégios concedidos aos
moradores da vila de Assumar que se mantiveram
pelos seus moradores.
D. Pedro I no ano de 1380 ordenou a integração
da vila de Assumar no termo da vila de
Portalegre.
O ano de 1384 ficou assinalado pela romagem
de D. Nuno Alvares Pereira à Igreja de N.ª
Senhora dos Milagres ou N.ª Senhora da Graça em
acção de graças pela grande vitória obtida sobre
as tropas castelhanas na célebre Batalha dos
Atoleiros, próximo da vila de Fronteira.
Este célebre episódio marcou para sempre a
evolução da história local, tornando D. Nuno no
santo condestável por quem os naturais possuem
grande devoção e a Igreja de Santa Maria do
Assumar um local de romaria.
Pelo facto desta vila durante o período da
guerra de 1383-1385, ter estado sempre do lado
do Mestre d Avis, D. João I no ano de 1405
confirmou todos os anteriores privilégios
anteriormente concedidos aos moradores da vila
de Assumar.
No ano de 1427, D. João I concede a posse desta
vila ao Condestável do Reino D. Nuno Alvares
Pereira, reconhecendo todos os seus serviços
prestados à coroa portuguesa.
No ano de 1482, D. João II concedeu a posse da
alcaidaria-mor da vila e Castelo de Assumar a
Gonçalo Alvarez, a quem foi igualmente concedido
a posse do reguengo e portagem desta mesma
localidade. No ano de 1486.
No período das reformas Manuelinas a posse
política-administrativa da vila do Assumar
estava incluída na carta de foral da vila de
Portalegre, constituindo um simples “lugar”.
No reinado seguinte D. João III confirma em
1552 anteriores doações desta vila e padroado da
sua igreja a Duque de Bragança D. Teodósio.
Ao longo do domínio Filipino merece destaque
a concessão da posse desta vila a D. Francisco
de Mello da casa dos Marqueses de Ferreira. Como
reconhecimento da actividade desenvolvida em
defesa e honra dos interesses Filipinos na
sociedade portuguesa, D. Filipe IV nomeia-o com
o título honorífico de Conde de Assumar.
O ano de 1662 foi bastante mau para a vila do
Assumar sofrendo a ocupação (ainda que
temporária) das forças do exército espanhol sob
o comando de D. João d’ Áustria, provocando
graves danos na antiga fortaleza militar.
Após a subida de D. João IV ao poder o título
de Conde de Assumar foi extinto e só foi
retomado novamente em 1680 por D. Afonso VI a D.
Pedro de Almeida, passando este título
honorífico para a posse da família dos Almeidas,
associando-se deste modo à presença de Portugal
na Índia.
Posteriormente, em 1694 D. Pedro II concedeu
a posse da vila e condado do Assumar a D. João
de Almeida o 2º Conde do Assumar.
No ano de 1701 ocorreu uma nova ocupação das
tropas que, provocaram graves danos nas muralhas
da sua fortaleza.
No ano de 1757 o monarca D. José confirmou a
concessão dos anteriores privilégios aos
moradores e habitantes desta vila.
No ano de 1816, D. João VI instituiu uma feira
anual no dia 13 de Junho na vila do Assumar que
subsiste actualmente.
Nos últimos anos da sua existência como
entidade política-administrativa autónoma merece
destaque a construção de uma nova fonte para
abastecimento de água à população daquela vila,
designada como “fonte da vila” decorria o ano de
1826. Localiza-se a Norte da povoação nas
proximidades de um troço da via imperial romana
que ligava “olisipo” a “Ermita Augusta”,
conhecida como Via Flamina.
Como resultado da reforma
política-administrativa da sociedade portuguesa
iniciado por Mouzinho da Silveira entre 1832 e
1836 e continuada por Passos Manuel, o antigo
concelho do Assumar foi extinto a 6 de Novembro
de 1836 ficando a sua freguesia sob tutela
administrativa do concelho de Monforte.
Posteriormente, já no reinado de El – Rei D.
Carlos (1892) e a pedido dos seus moradores, foi
desanexada do concelho de Monforte, transitando
a sua tutela política-administrativa para o
concelho de Arronches, regressando
definitivamente para a posse do “renovado”
concelho de Monforte através de Decreto Régio de
13 de Janeiro de 1898 que restaurou diversos
concelho em Portugal entre os quais se
encontrava o concelho de Monforte.
|